“Achei o Coração do meu Senhor, do meu Irmão, do meu Amigo, o Coração do meu dulcíssimo Jesus. E não hei de adorá-lo? Sim e a Ele hei de endereçar minhas súplicas…” (S. Boaventura)
A Ordem Franciscana contribuiu muito para a preparação e propagação do culto ao Sagrado Coração de Jesus. Foram dois fatores principais desta contribuição: primeiro a espiritualidade e devoção de nosso Pai São Francisco à humanidade de Cristo, particularmente aos mistérios da Paixão; depois, a renovação desses mistérios na própria vida do Seráfico Pai, estigmatizado como o Crucificado.
Pode-se dizer que a devoção explícita ao Sagrado Coração de Jesus nasceu no ambiente de espiritualidade cristocêntrica das ordens beneditina e franciscana.
São Boaventura no ano de 1263, como Ministro Geral, recebeu de S.S. Bento XII a aprovação para a devoção. Porém, a consagração da Ordem só se deu em 1879. Dez anos mais tarde (1889), o Papa Leão XIII elevou à categoria de solenidade a festa particular dos franciscanos e das confrarias, com a encíclica Annum sacrum.O Doutor Seráfico afirmou que o único caminho para o Pai é um grande amor ao Senhor crucificado (Itinerarium Mentis in Deum). Esse amor deve levar a uma verdadeira comunhão de corações, com Cristo e com os irmãos. No seu livro Vitis Mystica, encontramos um primeiro aceno explícito à devoção ao Coração de Jesus: “O Coração de nosso Senhor foi transpassado por uma lança para que através da ferida visível possamos ver a ferida invisível do seu amor”.
O Santo Doutor disse que o objeto dessa devoção é o infinito amor, a infinita ternura do Coração de Cristo. Que o Coração de Jesus é o símbolo de seu grande amor pela humanidade. É um amor pleno, total e permanentemente novo. Disse também que o nosso amor por Cristo também precisa ser assim, porque a finalidade da devoção ao Coração de Cristo é exatamente a resposta de amor a esse amor do Senhor. “Levanta-te, ó alma amiga de Cristo. Não cesses a tua vigília, cole seus lábio neste Coração para aí haurires as águas das fontes do Salvador”(Cf. De ligno vitae).
Os franciscanos logo fizeram do Coração de Cristo objeto de meditação e pregação, de estudo e ilustração ascético-doutrinal, de invocação e culto, chegando a ver no Coração de Cristo a síntese e a verdadeira meta de toda a sua espiritualidade ligada ao divino Redentor.
Fonte: http://www.santosebeatoscatolicos.com/2017/06/sao-boaventura-de-bagnoreggio-e-o.html
Adaptação: Mosteiro Maria Imaculada