A descoberta do corpo de São Francisco tivera lugar em 1813. “Já que o sol se deixou achar, não é necessário que a lua tenha também sua parte?”
Sobre a descoberta do Corpo de Nossa Mãe Santa Clara
Irmã Mary Clara, PCC – Alexandria – USA
A unidade definitiva da Itália em 2 de setembro de 1771, foi precedida de um longo período de desordem civil e espiritual. Mesmo as províncias mais afastadas sob a perseguição das forças francesas, austríacas e espanholas, entraram em conflito com os interesses de domínio do Papa. Na metade do século XIX, a revolução pela liberdade e independência caira nas mãos de fanáticos defensores da liberdade.
Em 1848, a República – como se chamava – escolhera Assis como sede de governo e se pôs a oprimir todas as Instituições Religiosas. Na primeira semana da Quaresma, foi feito um inventário preciso de todos os objetos de valor do mosteiro de Santa Clara e as religiosas deviam ser dispersadas em todas as direções do céu, quando chegaram as tropas francesas que puseram fim à curta existência do regime republicano. Em 30 de outubro do mesmo ano, Ir. Clara Columba Angeli foi eleita, na idade de 30 anos, como abadessa do Mosteiro. Profundamente comovida por estes acontecimentos, a jovem abadessa decidiu tomar medidas para encontrar o venerável corpo de nossa Mãe Santa Clara; assim, nisto brilharia como um verdadeiro símbolo de paz e de unidade para seu país tão sofrido.
Em 11 de agosto de 1253, o coração de Santa Clara deixou de bater. No dia seguinte, seu corpo foi levado à igreja de São Jorge, onde havia repousado o corpo de nosso Pai S. Francisco, antes que fosse transportado para a nova igreja construída em sua honra. Em 3 de outubro de 1260, a mesma honra coube a Santa Clara quando seu corpo foi exumado para ser colocado na nova igreja de Santa Clara. Segundo um documento contemporâneo, o corpo foi enterrado perto do altar principal e uma simples inscrição indicava o exato lugar: “Aqui jaz o corpo da virgem Santa Clara”. Neste lugar, brilhava uma pequena lâmpada. A abadessa, Madre Benedita e as religiosas que em 1260 deixaram definitivamente São Damião para o novo Mosteiro Santa Clara, e todas as gerações seguintes, guardaram esses fatos em seus corações.
Em 1849, Madre Clara Columba, não era a única a se interessar pela descoberta do corpo de Santa Clara. Anteriormente, já haviam sido dirigidas do mundo inteiro, pedidos à Congregação dos Ritos, e o Delegado para os religiosos, Pe. Giuseppe Morichelli, era ele mesmo um advogado ativo neste projeto. O momento favorável surgiu quando o Cardeal Marini, prefeito desta Congregação, se dirigiu a Assis para as festas dos Estigmas de São Francisco. Depois das cerimônias, ele visitou as irmãs e enquanto se entreteve com elas tomando um café em seu jardim, o Pe. Morichelli começou a falar da descoberta do corpo de São Francisco que tivera lugar em 1813.
Provavelmente encorajado por um olhar da abadessa, ele aproveitou a ocasião e fez notar: “Eminência, já que o sol se deixou achar, não é necessário que a lua tenha também sua parte?”
O cardeal Marini estava persuadido de que era mais do que tempo para passar à ação. Entretanto, a colaboração entre a Igreja e as autoridades civis se fez esperar porque a autorização para começar os trabalhos de exumação somente foi dada em 6 de agosto do ano seguinte. Em 23 de agosto, os trabalhos começaram e devido à incerteza dos tempos e, também, provavelmente, por razões práticas, começaram no silêncio da noite na presença do Vigário Episcopal Luigi Alexandri, do Pe. Morichelli, um pouco excitado, e de algumas testemunhas. O responsável pelas escavações, Mark Rondini, removeu o pedestal maciço do altar sob o qual esperava encontrar um acesso ao túmulo e, não o encontrando, Rondini se pôs a cavar. Depois de oito dias e duas escavações suplementares, se encontrou o túmulo onde tinha sido depositado o corpo de Santa Clara seis séculos antes. O túmulo tinha uma forma cônica, construído de pedras e de um cimento, em bom estado desde o século XIII, de seis pés de altura, isto é, cerca de 1,60 m. Quatro colunas, com seis pés de distância, sustentavam a abóbada. Um sarcófago tinha sido construído, seja nesse mesmo monumento, seja introduzido mais tarde por uma abertura na construção. Conforme uma fonte, o corpo de Santa Clara fora enterrado a seis pés sob o altar principal e, conforme outra, a quinze pés. Duas escavações foram empreendidas: a primeira, diretamente ao lado do altar, a outra, ao pé do altar. Segundo parecia, Rondini bateu no vértice do cone a seis pés. Depois de ter inutilmente procurado o orifício do jazigo, decidiu a proceder a uma segunda escavação, depois de ter calculado aproximadamente a profundidade. Esta etapa de escavação, que terminou na noite de 30 de agosto, levou a uma profundidade de quinze pés, que lhe dava uma altura provável de seis pés. Toda a envergadura da arcada estava visível. Neste ponto, Rondini e seus assistentes deixaram de escavar e levantaram os resquícios, em vista de preparar a abertura oficial do túmulo pelo bispo de Assis, Mons. Luigi Landi Vittori.
Nos dias 15, 16 e 17 de setembro, D. Dominic Zanelli, o secretário do Cardeal Marini, celebrou um Tríduo para o povo que exultava.. Ele fez o elogio das virtudes de Clara e preparou o povo para a exumação do corpo. Este teve lugar de modo solene em 23 de setembro. No dia anterior, o bispo Landi Vittori, com seu Vigário, fez o reconhecimento do túmulo e deu ordem de derrubar e remover a abóbada. Rondini, com a assistência de seu arquiteto, Lorenzo Carpinelli e seus assistentes, trabalharam todo o dia e noite para por de lado os restos dos destroços e das pedras. Na tarde de 22, seis bispos chegaram a Assis em honra de Santa Clara, a filha mais fiel da Igreja. Eles examinaram, com o bispo de Assis, a escavação e a mortuária onde se encontrava o sarcófago. O dignatário principal entre eles era o bispo de Perugia, Mons. Giocecchino Pecci, futuro Papa Leão XIII.
Na manhã de 23 de setembro, chegou o comissário episcopal da Úmbria e de Sabina, Girolamo D’Andrea; foi cantada uma Missa solene na capela de Nossa Senhora na residência episcopal. Para terminar, formou-se uma procissão semelhante àquela que, em 3 de outubro de 1260, atravessara as ruas estreitas de Assis, quando teve lugar a transferência solene do corpo da Santa para seu lugar de repouso definitivo. Ao mesmo tempo, no Mosteiro de Santa Clara, se reuniram os representantes municipais, o capítulo da catedral, os superiores das comunidades religiosas, um químico: professor Purgotti, um arqueólogo: professor Antonini, diversos médicos e o diretor dos arquivos municipais, Paolo Cesini.
Na entrada estreita do jazigo não puderam tomar lugar senão muitas poucas testemunhas. Um cônego inglês, que se encontrava, por acaso, como convidado, foi testemunha ocular, pois tinha ele o círio do arcebispo de Perúgia quando este se precisou afastar para a abertura solene do sarcófago. De modo concordante, segundo o relato do conego Chadwich, Mons. Pecci lhe estendeu a vela com um sorriso de conivência. Sua carta às Clarissas de Iorkshire (Inglaterra), coincide, quase palavra por palavra, com o relato conservado nos arquivos do Protomosteiro.
O sarcófago foi logo examinado pelo arqueólogo para verificar se ali se encontrava uma inscrição, mas não havia nenhuma. Os galões de ferro foram serrados e as partes soldadas foram separadas. Fez-se um esforço vão para levantar a tampa de pedra. Então surgiu a ideia de alguém trazer até à tampa um dispositivo de tração, e assim se conseguiu abrir o ataúde.
O corpo de Santa Clara se encontrava ali. O fino semblante não estava desfigurado, mas pela pele, tornada sombria, estava colada aos ossos. Uma coroa de honra que as irmãs haviam trançado para sua Mãe no século XIII estava ainda flexível. As folhas tinham ainda suas hastes. Os ramos de tominho, que tinham sido colocados sobre o venerável corpo, foram igualmente encontrados em admirável estado de conservação. Ainda que o resto do corpo estivesse reduzido a estado de esqueleto, os ossos conservavam sua disposição normal. A cabeça estava inclinada sobre o ombro esquerdo e o braço esquerdo repousava sobre o peito.O braço direito estava estendido ao longo do corpo. Um fio de pó branco recobria o esqueleto. Os médicos certificaram se encontrar face ao corpo de uma mulher adulta.
Depois dos exames científicos, o corpo foi erguido e os ossos colocados num relicário. As Irmãs de Santa Clara receberam uma permissão especial do Papa Pio IX para sair da igreja e para venerar o corpo de sua fundadora. A abadessa, Madre Columba, quando viu, em primeiro lugar, o rosto de nossa Santa Mãe, caiu de joelhos chorando e o beijou.
“Era um espetáculo muito comovente, escreveu o cônego Chadwich, eu mordia os lábios e procurava manter a postura, mas não podia fazer nada! Eu podia ouvir os piedosos gemidos e o pranto das Irmãs quando passavam; vi como usavam seu lenço sob seu véu abaixado e isto acontecia com todas. Nós chorávamos igualmente, de um modo tão emocionante como o delas…”
Depois de uma grande relíquia do corpo ser tirada antecipadamente, pelo bispo de Assis, para o Santo Padre, a urna foi depositada sobre o altar principal para a veneração do povo. Um segundo tríduo foi celebrado em ação de graças nos dias 26, 27 e 28 de setembro depois que a urna foi aberta uma outra vez para recobrir os ossos da Santa e lhes dar a aparência de um corpo. Tinham sido envoltos, anteriormente, por uma camada de algodão. A túnica parda, a cobertura branca da cabeça e o véu preto foram confeccionados por algumas senhoras desconhecidas de Assis. Colocou-se sobre a cabeça uma coroa de flores. A urna foi então fechada e ornamentada para a procissão solene, que teve lugar na tarde de 29 de setembro. Numa recordação comovente das históricas, o corpo de Santa Clara foi conduzido por quatro sacerdotes sob os aplausos da população, primeiramente para a Catedral de São Rufino e, em seguida, para uma visita ao túmulo de São Francisco. Ao crepúsculo, as Irmãs acolheram sua Mãe no claustro e colocaram a urna aos pés do crucifixo que ela tanto amara em São Damião. Bem ao lado, encontrava-se ainda uma outra preciosa relíquia: a grade atrás da qual Clara tinha recebido a Santa Comunhão. A bênção do Santíssimo Sacramento encerrou este dia memorável. Na crônica municipal oficial lê-se o seguinte:
“No século ilustrado pelo seráfico Francisco, por Domingos de Gusmão, por Boaventura e por Tomás de Auino, os habitantes de Assis, realizando o desejo do ilustre Papa Alexandre IV, viram como as preciosas relíquias de sua ilustre concidadã foram conduzidas através da cidade. Enceraram o corpo da virgem Santa Clara num sarcófago comum com a ideia de que ali permaneceria até o fim dos tempos. Hoje, sob a presidência de seu muito querido bispo, Luigi Landi Vittori, eles o tornaram a ver e o exumaram com alegria para apresentá-lo à veneração dos crentes nume urna digna dela. Sob aclamação, foi introduzida ao som triunfal dos sinos através das ruas. Todos aqueles que o viram, lhe testemunharam a mesma veneração que lhe tinham manifestado os filhos da Idade Média.”
Logo surgiu o projeto de construir uma cripta para o urna com as relíquias da Santa. O bispo Landi Vittori deu o primeiro golpe de alvião em 22 de junho de 1852, primeiro dia que havia sido escolhido depois da narração, pois era a “festa do voto” (o dia aniversário da libertação da cidade pelas orações de Santa Clara e suas Irmãs, do ataque que havia ameaçado sua vida em 1241. E é interessante ver que o costume da procissão das autoridades municipais e do povo para São Damião para assistir lá uma Santa Missa em ação de graças, foi mantido até 1860 quando as relações eclesiásticas foram, novamente, muito tensas. A tradição ressurgiu em 1924 e perdura até nossos dias) e a primeira pedra foi colocada em 12 de agosto do mesmo ano. Houve muitos desentendimentos e demoras, a que se acrescentou a falta de recursos, determinando que se tardasse o prosseguimento dos trabalhos. O Pe. Morichelli, que desempenhava a função de intermediário entre as Irmãs e os operários, faleceu em 1856. Um novo elan foi dado ao projeto quando o Papa Pio IX visitou o Mosteiro de Santa Clara em 8 de maio de 1857 e se deteve algum tempo em orações diante da tumba. Era um período crítico para a Igreja e, novamente, como no tempo de Gregório IX e de Inocêncio IV, um Pontífice Romano era reconfortado e consolado pela presença de Santa Clara. Todas as religiosas tinham sido convidadas a estarem, durante a visita do Papa, no Mosteiro de Clara e mais de 200 tomaram refeição no refeitório depois que o Papa o havia deixado. Depois da narração, um suco de laranja foi oferecido ao Papa Pio, assim como pequeninos doces. Ele perguntou se poderia compartilhá-los com os anjinhos que tomaram parte na procissão e que esperavam fora, diante do claustro. Madre Clara Columba respondeu, generosamente, que tudo que lhe tinha sido dado, seria considerado sob o mesmo olhar.
Em 1860, os trabalhos se detiveram ainda devido a um novo estalar do movimento revolucionário na Itália e as Irmãs foram importunadas por novas contrariedades. O oficial que veio ao Mosteiro e pediu para abrir a porta do claustro era conhecido da abadessa: era Francis Bidongoli. Madre Clara Columba abriu a porta, mas lhe disse com tom resoluto que ela o fazia unicamente porque a constrangia pela força. As outras Irmãs e as noviças, neste dia decisivo, correram para Santa Clara. Então, o camarada Francis, se lembrou bruscamente de uma outra obrigação, olhou rapidamente em sua agenda e retirou-se apressadamente. Mais tarde, lhe contará que o pensamento de Santa Clara o tinha aterrorizado.
Outros oficiais não foram tão sensíveis à presença do corpo de Santa Clara e transpuseram, diversas vezes, a clausura. A igreja do mosteiro foi transformada em palheiro, mas felizmente as Irmãs puderam permanecer no claustro. Esta situação foi pior para outras religiosas que logo vieram pedir hospitalidade às Irmãs de Santa Clara. Uma comunidade inteira de beneditinas, compreendendo 41 irmãs, ocupou o segundo andar do mosteiro durante quinze anos.
Em 1864, as Irmãs se inquietaram pela conservação do corpo de Santa Clara e, nessa circunstância, recorreram a um perito de Roma: Modesto Scevola. Em 10 de maio, Mons. Pecci rompeu os selos da urna em presença do bispo de Assis, tirando, antecipadamente, uma segunda parte como relíquia e levando a Scevola os ossos para conservação. Os grandes ossos e os do peito, foram fechados num envelope de metal. A cabeça da Santa, particularmente bem conservada, foi recoberta por uma máscara feita de uma fina resina através da qual se podia ver a pele escurecida. O corpo, revestido de uma túnica de lã parda, foi colocado numa urna maior à espera da transferência solene para a nova capela.
Em 1871, quando despontaram para Assis anos mais calmos, Madre Clara Columba decidiu, conforme o último desejo de sua vigária e querida irmãs espiritual, que acabava de falecer, concluir e ornamentar a cripta. A convocação do primeiro Concílio do Vaticano em Roma, tinha levado novos peregrinos para Assis e, consequentemente, generosos benfeitores. Uma pequena história circulava em 1872, que motivou os habitantes de Assis a se mostrarem generosos. Ela pretendia que a Santa Mãe estava impaciente porque não tinha ainda alcançado a plena honra que convinha a uma Santa. Dizia assim: em 30 de julho, durante as primeiras horas da noite, uma das irmãs se encontrava no mesmo lugar da urna quando, repentinamente, ela ouviu um golpe contra o vidro. Ela estava ainda petrificada pelo medo quando contou à Madre Columba assim como às outras irmãs e às irmãs beneditinas do primeiro andar, o que ela tinha visto. O braço da Santa tinha caído contra o vidro. Sobre a página seguinte da crônica, se anotou que, quando foi levado o corpo à sua nova e última urna, foi necessário cortar o fio de ferro que fazia os ligamentos. Um deles, provavelmente, se desprendeu; entretanto, esta desventura se demonstrará feliz. Todos os preparativos estavam concluídos para a transferência solene para a nova capela.
Em 29 de setembro, exatamente 22 anos depois da primeira exumação solene, Clara foi novamente levada a São Rufino e ao Sacro Convento. Um tríduo foi celebrado e a procissão foi repetida no dia do aniversário da primeira trasladação (até a renovação em 1960, a trasladação de 1260 foi celebrada no missal franciscano e no breviário, cada ano, em 3 de outubro) em 3 de outubro de 1260. O Ofício solene foi celebrado por Mons. Pecci que, como futuro Papa, testemunhou a mesma veneração por Santa Clara que seus predecessores (Mons. Pecci parece ter tido uma particular amizade e uma veneração cheia de respeito por Madre Clara Columba. Em 1873, ela pede Mons. Pecci, tornado Cardeal, como Cardeal Protetor. Este cuidado se manifestou particularmente durante os anos de maior perturbação. Ele começou sua função em 31 de maio deste ano e em maio de 1874, à notícia da eleição do Cardeal Pecci como Papa, Madre Columba anota nas crônicas: “sim, aconteceu o que sempre eu esperei”. Em 1889, Madre Clara Beatriz Venturoli, que sucedeu imediatamente Madre Columba, preparou com suas irmãs a festa de seu jubileu de ouro. Um velho amigo, Pe. Daniel Bassano, que era confessor do Papa, escreveu nessa ocasião: “na última noite, às 23 horas, ouvi a confissão do Santo Padre e fiquei sabendo que ele vou enviou sua bênção apostólica muito particular para esse dia”. Em 1893, Madre Clara Columba faleceu, amada e venerada por todos. Durante 37 anos, ela havia dirigido o Protomosteiro de Santa Clara. Mons. Landi Vittori faleceu em 27 de agosto de 1867, mas seu sucessor, Mons. Paulo Fabiani, e outros quatro bispos, assistiam Mons. Pecci. Depois da Missa, foi entoado o Te Deum. O corpo de Santa Clara foi, então, levado a seu lugar de repouso definitivo, não longe da tumba onde, durante 600 anos, permanecera escondida em seu próprio pequeno claustro. Desta vez, ela foi colocada num belo relicário de cristal, como uma lâmpada sobre um candeeiro que ilumina toda a casa da Igreja. No fim desse dia memorável, na vigília da festa de São Francisco, Madre Clara Columba desejou permanecer só ao lado da Santa Mãe e aí reza, feliz de poder permanecer ao seu lado. Ela pensava tembém em todas as outras irmãs de Santa Clara que, sem a ter visto, se alegravam pela luz que clareava o mundo inteiro. (O hábito definitivo que foi revestido o corpo de Santa Clara foi feito pelas Clarissas de Marselha num tecido francês incomparável. Esta comunidade fora fundada em 1254 por São Damião. Mais tarde, elas introduziram a Regra de Urbano. Em 1848, porém, elas retornaram à primeira Regra. Nós nos lembramos que em 1875. Madre Madalena e Madre Constância Bentivoglio, depois de uma visita ao túmulo de Santa Clara, passaram algum tempo no Mosteiro de Marselha para esperar a partido do navio de Castalla com destino à cidade de Nova York. Na mesma época, quando Madre Verônica d’Elemensdorff reuniu, para cada irmã que partiu em fundação, um costumeiro para os mosteiros dos Estados Unidos, fazia elogio de quatro mosteiros, particularmente por seu fervor e disciplina, e o primeiro era a comunidade de Marselha).
O introito da festa da descoberta do corpo de Santa Clara era o motivo particular de sua alegria:
“Quando Tu me exaltaste, me despertaste para a vida e me introduziste das profundezas da terra para a luz. Tu cuidaste de tua Santa Mãe. E quando ressuscitaste, me consolaste”.